
Título original: Coronary atherosclerotic plaque activity and risk of myocardial infarction
Autores: Kang-Ling Wang, Craig Balmforth, Mohammed N. Meah, Marwa Daghem, Alastair J. Moss, Evangelos Tzolos, Jacek Kwiecinski, Patrycja Molek-Dziadosz, Neil Craig, Anda Bularga, Philip D. Adamson, Dana K. Dawson, Parthiban Arumugam, Nikant K. Sabharwal, John P. Greenwood, Jonathan N. Townend, Patrick A. Calvert, James H.F. Rudd, Johan W. Verjans, Daniel S. Berman, Piotr J. Slomka, Damini Dey, Nicholas L. Mills, Edwin J.R. van Beek, Michelle C. Williams, Marc R. Dweck, David E. Newby
Referência: https://doi.org/10.1016/j.jacc.2024.03.419
Data de Publicação: 04 de junho de 2024
Objetivo: Apesar de sabermos que quanto maior a extensão e gravidade da doença aterosclerótica coronariana (DAC) maior a chance de infarto agudo do miocárdio (IAM), a maioria ocorre por ruptura de placas não obstrutivas. Em pacientes com DAC, seja ela obstrutiva ou não, a captação de 18F-fluoreto de sódio (18F-NaF) em placas no PET/CT indica microcalcificação ativa e correlação com progressão de doença e instabilidade futura, mostrando o potencial deste exame. No estudo PRE18FFIR, o aumento da captação de 18F-NaF global na árvore coronariana se associou com maior risco de morte cardiovascular (CV) e IAM, independente do grau e extensão da DAC. Nesta sub análise, os autores propõem avaliar a correlação entre a atividade da placa aterosclerótica em cada território arterial de cada paciente, e o risco de IAM.
Métodos: Sub análise de estudo de coorte prospectivo e longitudinal, multicêntrico (9 sítios, Austrália, Inglaterra, Escócia e EUA). Incluiu pacientes entre setembro de 2015 e fevereiro de 2020, com IAM tipo 1 recente e DAC multiarterial, e imagens do PET CT com 18F-NaF analisadas por laboratório central independente, com pacientes e assistentes cegos para os resultados. Desfecho primário: IAM no território específico do vaso acometido. Desfechos secundários: composto de IAM e morte CV, e o total de IAM.
Resultados: 2094 artérias avaliadas, de 691 pacientes, seguimento médio de 4 anos. Destes, 414 pacientes tinham aumento de captação em pelo menos um território (679 coronárias, de um total de 1258). O aumento de atividade de placa se associou com maior risco de IAM (HR 2,08; IC 95%, 1,16-3,72, P = 0,013). Nas coronárias tratadas na época do IAM, não houve diferença de desfecho primário naquelas com aumento de captação versus as sem aumento (3% em ambos os grupos, HR 1,02; IC 95%, 0,47-2,25). Já dentre as que não foram tratadas no episódio índice, houve mais IAM nas que captaram 18F-NaF do que nas que não captaram (4% vs 1%, HR 3,86, IC 95%: 1,63-9,1). Quanto aos desfechos secundários, foram mais frequentes nos pacientes com ≥ 2 coronárias com aumento de captação (15% vs 7% nos sem aumento). Além disso, o primeiro IAM pós randomização em até 5 anos ocorreu em 19% dos pacientes com captação aumentada em várias coronárias, versus 7% naqueles sem captação.
Conclusão: A atividade aumentada de placas coronarianas avaliada pelo PET CT em pacientes com IAM recente e DAC multivascular teve associação independente com IAM futuro, tanto na avaliação por vaso quanto por paciente. Apesar da necessidade de mais estudos, traz esperança de melhor individualização de estratégias na DAC.
Revisor: Lucas Cronemberger Maia Mendes