
Acredito que vários de nós já tiveram que responder uma pergunta: “se você tiver que escolher uma bebida, qual seria?” Não tenho a menor dúvida em responder: champagne! Mais adiante explico o porquê dessa resposta.
Você já se perguntou quantas bolhas há em uma garrafa de champanhe? Vários estudos, após muitos cálculos, determinaram que são cerca de 49 milhões. Ou seja, em cinco garrafas de champanhe podem ter tantas bolhas quanto as estrelas de toda a Via Láctea. Champagne, antes de ser o nome de um dos vinhos mais famosos e vendidos do mundo, é o nome de uma região francesa, ao redor da cidade de Reims. O nome champagne aparece pela primeira vez em 1493 e a Maison Gosset, fundada em 1584, foi a primeira vinícola a produzir nossos queridos “borbulhantes”. A lenda diz que um jovem frade da Abadia de St. Pierre d'Hautviellers, era o encarregado pela adega e produtos. Seu nome era Pierre Pérignon. Sim, ele mesmo! O que o mundo inteiro conhece como Don Pérignon. Mito e realidade estão entrelaçados e não está claro como as coisas realmente aconteceram. Mas mesmo que Don Pérignon não tenha inventado o champanhe, o que sabemos com certeza é que ele fez um trabalho incrível para aprimorar a técnica.
Mas o que exatamente é um champanhe? O champanhe é produzido apenas na região chamada Champagne (outros espumantes do mundo não podem usar esta nomenclatura), feito principalmente com três variedades de uvas que são Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier. O método para produzi-lo, chamado de champenoise, é atribuído a Don Pérignon e caracteriza-se pela segunda fermentação em garrafa, originada pela adição de uma mistura de levedura e açúcar: o liquer de tirage. Cada empresa tem um profissional, chamado chef de cave, responsável pela “receita” da vinícola. Ele tem seu próprio estilo e toque na criação desta mistura. Em termos gerais, o aspecto interessante do champanhe, portanto, também está na interpretação de cada produtor.
Cada um é diferente dos outros. A mão do chef de cave também afeta muito o liquer d’expédition (mistura de vinho e açúcares), adicionado ao final do processo de fermentação em garrafa, imediatamente antes de se colocar rolha, gaiola e cápsula, para então ser rotulado e posto à venda. A habilidade de um chef de cave também está na capacidade de reproduzir o mesmo vinho, da mesma maneira, todos os anos, definindo o estilo com o qual cada marca se caracteriza. A classificação dos champanhes, assim como outros espumantes (nature, extra brut, brut ou demi-sec), vai de acordo com o teor de açúcar na bebida.
Justificando minha resposta do início do texto, o champanhe tem a característica de, além de ser uma bebida deliciosa, simbolizar a confraternização, comemoração e principalmente a alegria, pois ninguém abre uma garrafa estando triste e nem, na grande maioria das vezes, sozinho. E podemos, neste final de ano, brindar à vida e repetir a frase de Don Pérignon: “estou bebendo as estrelas”. Santé!
Autor: Edgar Lyra