Autores: Luca Saba, MD,Riccardo Cau, MD, Alessandro Murgia, MD, Andrew N. Nicolaides, MS, DSC, et al.
Referência : JACC: CARDIOVASCULAR IMAGING https://doi.org/10.1016/j.jcmg.2023.09.005
Data de publicação : 01 de Janeiro de 2024.
Objetivo: Padronizar a descrição e o relatório da morfologia da placa carotídea, a fim de melhorar a estratificação de risco de AVC isquêmico em pacientes com aterosclerose carotídea. Atualmente, a avaliação baseada principalmente no grau de estenose, frequentemente falha em identificar placas de alto risco. Embora as características morfológicas das placas vulneráveis sejam bem reconhecidas, há falta de consenso na forma como essas características são relatadas e interpretadas.
Métodos: Um painel de especialistas em imagem vascular, utilizando uma abordagem de consenso e revisando a literatura existente, desenvolveu o sistema de classificação Plaque-RADS. O sistema foi projetado para ser abrangente e aplicável a diferentes modalidades de imagem, incluindo ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética.
Resultados: O Plaque-RADS classifica as placas carotídeas em cinco categorias principais (1 a 4, com subcategorias 3a-c e 4a-c), cada uma associada a um risco diferente de AVC.
Plaque-RADS 1: Parede do vaso normal, sem placa.
Plaque-RADS 2: Espessamento da parede <3 mm, sem características de placa complicada.
Plaque-RADS 3: Espessamento da parede ≥3 mm, com subcategorias:
3a: Núcleo lipídico rico (LRNC) com capa fibrosa espessa.
3b: LRNC com capa fibrosa fina.
3c: Ulceração da placa (cicatrizada, sem IPH, ruptura da capa ou trombo).
Plaque-RADS 4: Características de placa complicada, independentemente da espessura:
4a: Hemorragia intraplaca (IPH).
4b: Ruptura da capa fibrosa.
4c: Trombo intraluminal.
Características auxiliares e modificadores:
Além das categorias principais, também cita a inclusão de “características auxiliares” que podem fornecer informações adicionais sobre a vulnerabilidade da placa, como inflamação, neovascularização e remodelação positiva e calcificações. Também são definidos "modificadores" para indicar situações que podem afetar a avaliação da placa, como a presença de stent ou uma qualidade de imagem limitada.
Conclusão: O Plaque-RADS representa um avanço na avaliação da placa carotídea, fornecendo uma linguagem comum para comunicação entre especialistas e facilitando a estratificação de risco de AVC. A implementação da classificação do Plaque-RADS tem o potencial de:
Melhorar a tomada de decisão clínica: Identificar pacientes que podem se beneficiar de tratamento médico otimizado ou intervenção cirúrgica.
Facilitar pesquisas futuras: Permitir a coleta de dados padronizados sobre a morfologia da placa e sua relação com eventos cerebrovasculares.
Reduzir a variabilidade interobservador: Fornecer um sistema objetivo e reprodutível para avaliação da placa carotídea.
Em suma, o Plaque-RADS apresenta-se como uma ferramenta promissora para aprimorar a avaliação de risco e o manejo de pacientes com aterosclerose carotídea, com potencial para impactar positivamente os cuidados com o paciente.
Revisora: Larissa Carvalho
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