Mulheres, liderança e mentoria
- DIC
- 27 de mar.
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Ações que envolvem liderança e mentoria para mulheres cardiologistas vem ganhando destaque no Brasil, entretanto apenas cerca de 30% dos cardiologistas no Brasil são mulheres, e a presença feminina em cargos de liderança é ainda menor. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) teve apenas três presidentes mulheres em sua história de 80 anos. Adicionalmente, a maioria das cardiologistas recebe salários muito inferiores aos dos homens, mesmo ocupando cargos equivalentes.
Na área da saúde, majoritariamente feminina, as mulheres representam 70% do total de profissionais, entretanto, apenas 25% de mulheres têm posições de liderança sênior, segundo o Women in Global Health report. Entrevistas demonstram que as percepções de liderança competente são baseadas em características como assertividade, ambição visível, motivação, autoconfiança e teimosia, comportamentos estereotipicamente masculinos. As mulheres líderes podem não ser percebidas como competentes porque esses comportamentos contradizem os estereótipos de feminilidade.
Em 2022 tivemos o I Simpósio de Mentoria, Liderança e Desenvolvimento Profissional para Mulheres Cardiologistas, internacional, realizado em 2022 no Rio de Janeiro dedicado ao tema. O grupo avant-garde das mulheres intervencionistas (MINT), já homenageado anteriormente nessa sessão de Newsletter, foi o grande responsável pelo evento. Alguns programas de mentoria online vem sendo disponibilizados para atuação profissional baseada em casos clínicos, iniciados nessa mesma temporalidade. Cabe ressaltar que estudos indicam que 70% dos profissionais que participam de programas de mentoria relatam melhorias significativas em suas competências de liderança. O contato com mentores experientes ajuda os mentorados a desenvolverem autoconfiança e eficácia. Programas de mentoria facilitam a construção de redes profissionais, por exemplo, a Medtronic em 2021 lançou ELISA, Edições de Livre Iniciativa de Solidariedade e Apoio, para médicas jovens que optam por especialidades dominadas por homens, o liderado pela Dra Roxana Mehran, “Women as One”, que promove médicas talentosas, dentre outros. A mentoria cria um ambiente que encoraja a inovação, colaboração e formação de lideranças femininas. Na cardiologia, isso pode se traduzir em melhores práticas clínicas e avanços no tratamento dos pacientes.
É essencial promover incentivos a participação feminina na cardiologia, como programas de mentoria e de liderança, equidade, criação de redes de apoio e ações que visem melhorar as condições de trabalho. Aumentar a visibilidade das conquistas femininas na área poderá inspirar novas gerações de cardiologistas. Esse é um dos papeis do DCM e do DIC Mulher, MINT e outros grupos dentro da SBC.