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Placas de alto risco na angiotomografia coronariana: correlação com tomografia de coerência óptica


Título original: High-Risk Plaques on Coronary Computed Tomography Angiography: Correlation With Optical Coherence Tomography


Autores: Daisuke Kinoshita, Keishi Suzuki, Eisuke Usui, Haruhito Yuki, Masahiro Hada, Takayuki Niida, MD, PHD,a Yoshiyasu Minami, Hang Lee, Iris McNulty, Junya Ako, Maros Ferencik, Tsunekazu Kakuta, Ik-Kyung Jang


Referência:  JACC: Cardiovascular Imaging, 2024;17:382–391. DOI: 10.1016/j.jcmg.2023.08.005


Objetivo: Este estudo objetivou correlacionar características de placas de alto risco (HRP) identificadas na angiotomografia de coronárias (CTA) com características de placas vistas na tomografia de coerência óptica (OCT).


Métodos/Resultados: Estudo observacional e prospectivo que incluiu 448 pacientes com doença arterial coronária (angina instável, infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST ou síndrome coronariana crônica) submetidos a avaliação por CTA e OCT. AS imagens foram adquiridas no Tsuchiura Kyodo Genereal Hospital (Ibaraki, Japão) e submetidas para análise no Massachusetts General Hospital (Boston, Massachusetts, EUA). Foram incluídos pacientes atendidos entre janeiro de 2011 a julho de 2020 e que tivesse realizado os exames com um intervalo máximo de 180 dias entre eles. Foram estudadas as placas em vasos culpados identificados por CTA, e avaliadas usando OCT nos locais correspondentes. Foram consideradas placas em alto risco (HRP) no CTA aquelas com 2 características consideradas de vulnerabilidade (remodelamento positivo, baixa atenuação, sinal do anel de guardanapo ou calcificação pontual). E no OCT a presença de fibroateroma de capa fina (TCFA), placas ricas em lipídios, além da presença de macrófagos, indicados por áreas de alto sinal óptico e sombras, cristais de colesterol, que são estruturas altamente refletivas dentro da placa e microvasos. Os pacientes tiveram um acompanhamento clínico de até 3 anos, por meio de ligações telefônicas ou visitas anuais, avaliando-se um desfecho primário composto por morte cardiovascular ou revascularização da lesão não alvo (intervenção em outra lesão dentro da mesma coronária que já havia sido alvo de tratamento anterior, mas que não é o mesmo ponto específico tratado inicialmente, como consequência de progressão da doença, aparecimento de uma nova placa ou falha na recuperação da lesão original que necessita de tratamento adicional em locais diferentes). No período do estudo, foram avaliadas 1492 lesões de 457 vasos culpadas. Observou-se que todos os quatro tipos de lesões de alto risco nas placas avaliados no CTA estavam associados a fibroateroma de capa fina no OCT. O remodelamento positivo estava associado a todos os recursos de vulnerabilidade da OCT, a placa de baixa atenuação estava associada a placa rica em lipídios, macrófagos e cristais de colesterol, enquanto o sinal de anel de guardanapo estava associado a cristais de colesterol, e a calcificação pontilhada estava associada a microvasos. A incidência cumulativa do desfecho composto foi significativamente maior em pacientes com HRP do que naqueles sem (4,7% vs 0,5%; P = 0,010), à custa da revascularização da lesão alvo (4,1% vs 0,5%; P = 0,020).


Conclusão: O estudo nos mostra uma consistente associação entre as características de alto risco das placas ateroscleróticas na angiotomografia de coronárias e a vulnerabilidade no OCT, que resultaram em maior eventos das lesões não-tratadas após um seguimento de 3 anos, à custa da maior necessidade de revascularização. Dessa forma, reforça a utilidade da CTA na avaliação das características das placas de forma não invasiva, identificando aquelas que podem se beneficiar de terapia antiaterosclerótica mais agressiva.


Revisor: Maria Júlia Silveira Souto

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